terça-feira, 29 de março de 2011

(en)fim

Foram minutos, horas, dias e meses. Desmoronou-se como um dominó, um dominó de muitas cores, em que as peças tinham sorrisos em vez de bolas, em que quando quase caiam, havia uma mão amiga para ajudar. Sem estar a espera caiu uma das primeiras peças, tudo foi ao chão, tinha-me encostado à ultima peça para ela não cair, não tive força cai com elas.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Vem de Ousadia emocional

Sei que todas as minhas memórias estão bem guardadas, algumas num esquecimento fingido, numa mente em que poucos podem entrar.


Fechada para ti, fechada para um mundo ingrato e cruel, a minha mente vagueia por essas memórias que se me tornaram estranhas. Finjo que não as guardei, numa amnésia fictícia que me permite afastar a tristeza.
Pudera eu odiar-te por me teres feito guardar estas recordações amargas mas não consigo. Se eu dissesse que te amo, ainda acreditarias em mim? Não podes apagar o que foi o passado mas podes escrever um futuro com outras cores. Não podes fazer-me esquecer mas podes fazer-me querer esquecer. Ainda procuro nas memórias uma parte de ti, um cheiro teu, um beijo açucarado e fresco, um abraço apertado e caloroso, um sorriso brilhante e cativante… Ainda te amo para além de memórias intoleráveis e esquecimentos enganosos. Contudo, não te quero guardar como uma memória, preciso de amor palpável, doce como o mel, quente como o fogo… Preciso de mais. Um dia, talvez um dia…



*espelho retrovisor, ainda dizem que não existe invenção para ver o passado



Mais tarde irei explicar o surgimento destas palavras(...)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Dizem que não tem defenição.

"Porque o amor, por definição, é um dom não merecido; ser-se amado sem mérito é justamente a prova de um amor verdadeiro. Se uma mulher me diz: amo-te porque és inteligente, porque és honesto, porque me dás presentes, porque não andas no engate, porque lavas a louça, sinto-me decepcionado; este amor tem o ar de ser qualquer coisa de interessado. É muito mais bonito ouvir: estou louca por ti apesar de tu não seres nem inteligente nem sério, e embora sejas mentiroso, egoísta e safado."
Milan Kundera

Andou parado uns dias, alguns até, mas não vou mentir, não me apeteceu e não há nenhum tipo de interesse em ser assíduo. Pois bem.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Partiu

Partiu-se uma caneca, partiu-se a caneca azul
que trouxemos de Estocolmo. Lembro-me
tão bem desse dia: esteve sol, andámos de bicicleta e,
ao voltarmos para o hotel, comprámos uma caneca.
Hoje, essa caneca partiu-se. Lembro-me tão bem do dia
em que a comprámos, só que agora vou esquecer-me
porque agora já não temos a caneca.

[in Gaveta de Papéis, Prémio Daniel Faria 2008, Edições Quasi, 2008]




segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Petite Amélie

“Voilà, ma petite Amélie, vous n’avez pas des os en verre. Vous pouvez vous cogner à la vie. Si vous laissez passer cette chance, alors avec le temps, c’est votre cœur qui va devenir aussi sec et cassant que mon squelette. Alors, allez y, nom d’un chien!”

Raymond Dufayel,
“Le fabuleux destin d’Amélie Poulain”


Traduzindo era mais ou menos assim,
“Então, pequena Amélie, os teus ossos não são feitos de vidro. Podes levar algumas pancadas da vida. Se deixares escapar esta oportunidade, eventualmente o teu coração vai ficar tão seco e quebradiço como o meu esqueleto. Então, vai apanhá-lo!”

É um filme que me fez parar e pensar, na vida e nos sentidos que ela tem, ele mostra as cores que não vemos, os sentimentos que escondemos e as verdades que não aceitamos.

Lembranças & Redordações

Hoje vamos começar pelo post scriptum.

P.S.: A curiosidade destas pulseiras é serem a antítese mais vendida do mundo, serem a Lembrança de Bonfim, leia-se, lembr(esper)ança de um bom fim.

E agora devagar. Tenho saudades porque tenho lembranças, lembranças estas que vão sufocando pouco a pouco. A barreira das boas e más é tão ténue, oxalá não se misturem, não tenho tempo para a reorganizar e voltar a limpar tudo de mau que já fiz.
Preciso de material novo,tenho várias salas, com várias estantes e "dossiers" coloridos para preencher, vazios de ti e vazios de outro alguém, para isso já tenho tempo, tempo e ajuda e se correr bem transformo uma sala de arquivo num quarto aconchegado, mas isso por agora são sonhos.
Aviso já que não vou gostar que me venham dizer que as lembranças são eternas, há lixo de baixo da cama que não me atrevo a puxar para a luz, há muito podre naquele local, pétalas de flor que te dei, que já foram lindas, dão lugar a velhos engelhados e castanhos restos de beleza, dizem que demora muito para a natureza fazer desaparecer por si, então preciso que me encham de novas lembranças e recordações.


Por isso venham lá lembranças, já agora, tenho preferência pelas boas.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Ideal do Degrau.


Expressar o que sinto não é, e nunca foi, fácil. Desde sempre aprendi a reprimir meus sentimentos, guardar para mim, talvez seja o motivo d'este blog. Há coisas que bloqueiam o meu "eu", uma vergonha ou timidez esquisita, gostava de ser tão social como alguns amigos meus, ou ser tão simpático, mas não o sou, sou um antro de pequenas rejeições, rejeições que rejeitam a mim próprio.
Quando digo que estou bem, digo-o de verdade, sou feliz e vivo com sorriso, mas isso não quer dizer que não tenha algo a picar-me momento a momento, mas é algo que deixo para mim, tenho um certo receio de confiar, por isso desconfio, não sou detective, portanto não sei se falo com cobras e lagartos mascarados de veludo.
Sei o que é sentir-me mal, sei o que é sentir-se deprimido, sou como tu, sigo pelos caminhos e posso tropeçar e cair nos mesmos buracos.


Sei que tenho um pouco de imprevisível, talvez porque estou descontente, sei que há melhor, conheço o melhor, enquanto não tiver, sou irrequieto, acho que é normal, ninguém se pode contentar a comer a toranja amarga quando há uma laranja doce.

Em resumo, não sinto raiva de alguém, afinal sou eu que erro, a única raiva que tenho e que tenho mesmo, é raiva pessoal, mas eu sei que pouco a pouco, os degraus vão chegar à porta, porque como todos sabem, eles começam de baixo.